BEM-VINDOS À CRÔNICAS, ETC.


Amor é privilégio de maduros / estendidos na mais estreita cama, / que se torna a mais / larga e mais relvosa, / roçando, em cada poro, o céu do corpo. / É isto, amor: o ganho não previsto, / o prêmio subterrâneo e coruscante, / leitura de relâmpago cifrado, /que, decifrado, nada mais existe / valendo a pena e o preço do terrestre, / salvo o minuto de ouro no relógio / minúsculo, vibrando no crepúsculo. / Amor é o que se aprende no limite, / depois de se arquivar toda a ciência / herdada, ouvida. / Amor começa tarde. (O Amor e seu tempoCarlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A tragédia de Realengo


Começou o festival de besteiras que assolam o país. Depois da tragédia "imprevisível" ocorrida ontem (07/04), em Realengo (RJ), começam novamente a se falar em desarmamento, seguranças dentro das escolas, leis, cadeados. Bobagem! Bobagem! Como se qualquer dessas ações, fosse impedir o cérebro doente de um psicopata. Não se trata de colocar cadeados nas escolas, ou blindadem de crianças; o matador poderia fazer isso em qualquer ambiente, com qualquer pessoa (lembre-se que ele era um psicopata). Temos que voltar, sim, ao resgate de valores morais e de educação, que começam na formação das famílias. Quem prega isso?

O Brasil tem 25,2 homicídios por 100 mil habitantes; os EUA têm apenas 6, menos de um quarto. Lá, já ocorreram várias tragédias similares. Há cérebros doentes lá e aqui. Não justifica que, falas como a da nossa presidenta: um crime como esse “não é característica do país”, venham tratar a coisa como particularização de nações mais desenvolvidas. Isso é fazer politica em cima da dor alheia. Quis dizer que, no Brasil, não ocorrem assassinatos dessa natureza, isto é coisa "duzamericanu". Como não! Não se trata de questões puramente de características de uma nação. Não há o que fazer diante de um crime brutal como ocorreu em Realengo. O assassino podeira ter feito isso dentro de uma igreja, de um cinema (lembrando um caso aqui no Brasil); ou seja, em qualquer lugar, com qualquer pessoa. O que precisa ser feito, de fato, é melhorar, com certeza, a formação do indivíduo, do ser humano na sua base. E isso, tem a raiz fincada dentro de nossos lares; com seus valores morais, de educação e, por que não, de religião. Para um momento como este, não cabem palavras ditas ao vento; não cabem atitudes por decretação de leis; não cabe a política rasteira e vergonhosa; não cabem bravatas; cabe o silêncio e o partilhamento da dor com quem perdeu uma dessas crianças. Meus sentimentos. É o que tenho para dar.
 
Postado por Antônio - Abril de 2011

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