BEM-VINDOS À CRÔNICAS, ETC.


Amor é privilégio de maduros / estendidos na mais estreita cama, / que se torna a mais / larga e mais relvosa, / roçando, em cada poro, o céu do corpo. / É isto, amor: o ganho não previsto, / o prêmio subterrâneo e coruscante, / leitura de relâmpago cifrado, /que, decifrado, nada mais existe / valendo a pena e o preço do terrestre, / salvo o minuto de ouro no relógio / minúsculo, vibrando no crepúsculo. / Amor é o que se aprende no limite, / depois de se arquivar toda a ciência / herdada, ouvida. / Amor começa tarde. (O Amor e seu tempoCarlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aqui ninguém mais ficará depois do sol...

No início da década de 80, todos os domingos, — como não havia muito o que se fazer na cidade —, a juventude joseense ia curtir o pôr do sol do Banhado, sentada no gramado da Avenida Anchieta. Ou, como chamávamos na época: Avenida Pôr do sol — era assim conhecida. Além do pôr do sol, lá rolavam as paqueras, os flertes, os olhares, tudo regado a shows musicais com artistas e bandas (conjuntos) da terra.

Lembro-me do conjunto “Revoada”, que sempre se apresentava por lá e tinha como seus integrantes o Benoit e o Fernando — esses, ainda firmes com os pés na estrada, tocando nos bares da vida. Seu repertório era a base do que ouvimos na época: 14 Bis.

Em 1980, o 14 Bis já estava no segundo disco, que tinha entre outras “Nova manhã” que foi uma das classificadas do festival da Globo e depois virou tema de uma de suas novelas. Havia também “Planeta Sonho” e “Caçador de mim”. As rádios da época — não tão influenciadas — tocavam 14 Bis, Roupa Nova, Zé Ramalho, Alceu Valença e outras bandas que despontavam como: Kid Abelha, Legião Urbana e Titãs.

Ontem, 15 de novembro, o 14 Bis veio ao SESC-SJCampos reviver em nós os bons momentos daquela época. Naqueles idos, o SESC era o grande palco do 14 Bis na cidade. Duas, três vezes ao ano eles se apresentavam aqui. Sempre com casa cheia. Fiquei saudosista ao ir ao show. Lembrei-me de muita coisa boa e em especial de um show em que eles soltaram um modelo do avião “14 Bis” sobre o ginásio lotado e ainda contavam com o Flávio Venturini como líder e vocalista da banda.

Na companhia de amigos agradáveis, colhi e agora compartilho com os leitores do Blog algumas fotos da noite de ontem. Foi bom rever, ouvir o 14 Bis; e tudo agora me trouxe a lembrança de uma frase — celebrada em uma de suas canções —, que a juventude daqueles anos pichou no muro da Avenida Pôr do sol: “Aqui ninguém mais ficará depois do sol...”.

Luciana, eu e Cláudio Venturini

Postado por Antônio - Novembro/2010

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